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À tarde aconteceu o FÓRUM DAS AUTORIDADES CINEMATOGRÁFICAS E DO AUDIOVISUAL. Nele os representantes do CHILE, do PARAGUAI, da ARGENTINA e do BRASIL assumiram o compromisso de fazer funcionar o PROTOCOLO DE INTENÇÕES que está sendo elaborado no âmbito do FAM. A prioridade, entretanto, é já colocar em prática o acordo de ajuda à distribuição entre BRASIL e ARGENTINA.

Ver texto produzido por Marlon Assef:

FÓRUM DAS AUTORIDADES CINEMATOGRÁFICAS E DO AUDIOVISUAL

O estabelecimento de políticas de co-distribuição na área cinematográfica, a adoção de ações pontuais de incentivo a cultura em áreas de fronteira, além da instituição do selo Mercosul Cultural, que permite a livre circulação de produtos culturais entre os países do bloco, foram definidos como prioridades por Brasil, Paraguai, Chile e Argentina. A deliberação aconteceu durante a segunda reunião do Fórum das Autoridades Cinematográficas e Audiovisuais do Mercosul, Chile e Bolívia, que aconteceu na tarde de ontem (29), em Florianópolis (SC), durante o FAM (Florianópolis Audiovisual Mercosul).  O Fórum, que foi constituído na cidade argentina de Mar del Plata, em março, deve reunir-se novamente em Lisboa, em junho, durante a reunião das autoridades iberoamericanas de cinema. 
De acordo com Orlando Senna, Secretário do Audiovisual do MinC, o ministério já conta com um aporte financeiro de R$ 170 milhões. Para o desenvolvimento do setor audiovisual nacional, em especial os produtores independentes, Senna adiantou que a estratégia do Governo Lula prevê a abertura de um circuito popular de cinema, a preços subsidiados, o redesenho das televisões públicas, e construção das chamadas Bases de Arte e Cultura, unidades que concentrariam espaços culturais múltiplos, com a previsão da implementação de 300 unidades em dois anos. O BNDES, por sua vez, abrirá linhas especiais para a restauração de cinemas. Ignácio Aliaga, representante da divisão de cinema do Ministério da Educação do Chile, lembrou da necessidade de integração dos legislativos e executivos dos países do bloco, além do alinhamento de políticas públicas e privadas para o desenvolvimento do audiovisual entre os países. Para Gustavo Dahl, presidente da Ancine (Agência Nacional de Cinema), uma estratégia de integração audiovisual para o Mercosul deve envolver uma melhor administração dos recursos já existentes, em especial no que diz respeito a distribuição de filmes. Isso implicaria em tornar aliadas dessa empreitada as distribuidoras que já atuam no mercado, evitando-se a criação de uma estrutura própria, dispendiosa e de eficiência duvidosa. “Temos que aliar os agentes de distribuição que já existem, pois isso é uma imposição de bom senso e que pode iniciar imediatamente”, disse Dahl. Outro ponto considerado de fundamental importância para o Fórum é a defesa em conjunto na OMC (Organização Mundial do Comércio), do conceito de exceção cultural e diversidade, que garantiria o desenvolvimento de mercados nacionais, e condições especiais de fomento a produção local. 
Para Jorge Alvarez, sub-diretor do INCAA (Instituto Nacional de Cinema e Artes Audiovisuais), o instituto de cinema argentino, a estratégia de integração audiovisual no Mercosul deve ser encarada antes de mais nada como um negócio, que implica dinheiro para distribuição e campanhas publicitárias. “Nunca soubemos nos vender, por isso agora é preciso que o governo brasileiro subsidie seus filmes na Argentina e a Argentina faça a mesma coisa no Brasil, e comecemos a atuar de forma eficiente”, disse. O primeiro passo para essa integração de cinematografias deve estar concluído até o começo do próximo semestre, quando o instituto de cinema argentino e a Ancine colocarão em prática o primeiro intercâmbio de filmes entre os dois países, com tarifas subsidiadas e impulso na distribuição.

Comentários do CinemaBrasil sobre o evento:
Dia 25/05/2003
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