MOSTRA OLHOS NEGROS VII
VAI ATÉ 05/12 – esperamos vocês. HOJE TEM, vejam:
PROGRAMAÇÃO COMPLETA
MOSTRA OLHOS NEGROS VII
MULHERES NEGRAS ATRIZES E DIRETORAS DE CINEMA BRASILEIRAS
De 27 de Novembro a 05 de dezembro de 2015
Av.Teixeira de Castro, 157 Bonsucesso/RJ/RJ
Dia 27/11 – SEXTA
13:00h – RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO E PIPOCA GRÁTIS
14:00h – Abertura Oficial da Mostra, Vinheta da Mostra
14:30h – UM DIA DE JERUSA, de Viviane Ferreira, 26 min, Livre. 2015
Estrelado por LÉA GARCIA
15:00h – AMOR MALDITO, de Adélia Sampaio, 76 min, 14 anos, 1984.
A PRIMEIRA MULHER NEGRA BRASILEIRA DIRETORA DE CINEMA
16:16h – Debate entre convidados e plateia.
Dia 28/11 – SÁBADO
14:00h – Recepção – Cadastramento – Pipoca Grátis
15:00h – UM DIA DE JERUSA, de Viviane Ferreira, 26 min, Livre. 2015
Estrelado por LÉA GARCIA
15:30h – HEITOR, CARIOCA DOS PRAZERES de Tatyana Prazeres, 14 min, Livre, 2014
16:00h – MULHERES DO BRASIL, de Malu de Martino, 113 min, 16 anos, 2015
estrelado por ROBERTA RODRIGUES, CAMILA PITANGA, DIRA PAES
18:00h – Debate entre convidados e plateia.
Dia 30/11 – SEGUNDA
13:00h – RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO E PIPOCA GRÁTIS
14:00h – ENTRÓPICOS, de Tainá Rei, 6 min, 12 anos, 2015
14:10h – KBELA, de Yasmin Thainá, 6 min, Livre, 2015
14:20h – QUAL A COR DA MINHA PELE? de Maria Gal, 7 min, Livre, 2011
14:30h – MULHERES DE BARRO, de Edileuza Penha de Souza , 26 min, Livre, 2015
16:00h – Debate entre convidados e plateia.
Dia 01/12 – TERÇA
13:00h – RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO E PIPOCA GRÁTIS
14:00h – JUREMA , de Clementino Junior, 16 min, Livre, 2014
14:20 – ÔRI, de Raquel Gerber , 100 minutos, 12 anos, 1989
Escrito e Narrado por Maria Beatriz do Nascimento
16:00h – Debate entre convidados e plateia.
Dia 02/12 – QUARTA
13:00h – RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO E PIPOCA GRÁTIS
14:00h – LÁPIS DE COR, de Larissa Fulana de Tal, 14 minutos, Livre, 2015
14:30h –GURUFIM DA MANGUEIRA, de Ana Danddara, 26min, Livre, 2000
com THALMA DE FREITAS
15:00h –CINEMA DE PRETO, de Ana Danddara, 11 min, Livre, 2004
15:30h – A VOZ DOS QUILOMBOS, de Lelette Coutto, 22 min, Livre, 2008.
16:00h – Debate entre convidados e plateia.
Dia 03/12 – QUINTA
13:00h – RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO E PIPOCA GRÁTIS
14:00h – KBELA, deYasmin Thayná, 6 min, Livre, 2015
14:10h – LÁPIS DE COR, de Larissa Fulana de Tal, 14 minutos, Livre, 2015
14:30 h – CINZAS, de Larissa Fulano de Tal, 15 min, Livre 2014
15:00h – MULHERES DE BARRO, de Edileuza Penha de Souza , 26 min, Livre, 2015
16:00h – Debate entre convidados e plateia.
Dia 04/12 – SEXTA
13:00h – RECEPÇÃO, CADASTRAMENTO E PIPOCA GRÁTIS
14:00h –EU TENHO A PALAVRA, de Lilian Solá Santiago, 26 min, Livre, 2010
14:30h – AMOR MALDITO, de Adélia Sampaio, 76 min, 14 anos, 1984.
A primeira mulher negra brasileira diretora de cinema,
16:00 – Debate entre a diretora ADÉLIA SAMPAIO, convidados e plateia.
DIA 05/12 – SÁBADO
14:00h – Recepção – Cadastramento
14:30h – ENCERRAMENTO OFICIAL DA MOSTRA E PIPOCA GRÁTIS
15:00h – UM DIA DE JERUSA, de Viviane Ferreira, 26 min, Livre. 2015 em FULL-HD
Estrelado por LÉA GARCIA
15:30h – HISTÓRIA DE IAIÁ, trailer de 1 min, de Reinaldo Sant’anna
Voz de Cândida Lopes Amorim, Cantora Alexandra Silva
16:00h – CONFLITOS E ABISMOS , de Everlane Moraes, 15 minutos, Livre, 2014
16:15h – MARIA NACIONAL, de Erica Sansil, 2 min, Livre, 2015
17:00h – A BONECA E O SILÊNCIO, de Carol Rodrigues, 19 min, Livre, 2015
17:20 – O CHEIRO DA FEIJOADA, de Iléa Ferraz, 20 min, Livre,
18:00h – Debate após os filmes, entre o cineasta Reynaldo Sant’Anna e a plateia
MOSTRA OLHOS NEGROS VII
MULHERES NEGRAS BRASILEIRAS ATRIZES E DIRETORAS DE CINEMA
De 27 de Novembro a 05 de dezembro de 2015
Av.Teixeira de Castro, 157 Bonsucesso/RJ/RJ
A Mostra Olhos Negros, em sua sétima edição com este nome (desde 2009, porque em 2007 abriu como “Quinzena da Consciência Negra” do Microcine CinemaBrasil), realiza-se na base da “guerrilha”, sem qualquer patrocínio, mas contando com a presença de todos.
A Mulher Brasileira, independente de cor, só dirigiu filme a partir de 1930. A pioneira foi Cleo de Verberena, e o filme foi “O Mistério do Dominó Preto”. Ou seja 32 anos depois que as primeiras imagens foram produzidas no Brasil (oficialmente em 1898, embora haja quem diga que foi em 1897). Também por volta de 1930, as primeiras mulheres brasileiras ganhavam o direito de votar e ser votadas para presidente e parlamentar. Em 1927 no Rio Grande do Norte, e em 1932 no resto do Brasil.
Mesmo para o homem brasileiro, levaria mais de meio século após aquelas primeiras filmagens de 19 de junho de 1898 pelo ítalo-brasileiro Afonso Segreto, até que um negro dirigisse um filme: José Cajado Filho com “ESTOU AÍ?” lançado em 1949.
Desde a criação do TEN, Teatro Experimental do Negro (fundado por Abdias Nascimento em 1944), as mulheres e os homens negros ganharam projeção no teatro, que dificilmente escolhia atores negros. O exemplo mais citado é a peça “Forrobodó”, de 1912, que usava atrizes brancas pintadas de preto representando personagens negras.
No mundo todo, aquelas primeiras décadas do século vinte, no teatro e no cinema foram injustas com atores afrodescendentes. O exemplo mais citado é de um protagonista negro, representado por um ator branco pintado de preto em “O CANTOR DE JAZZ”, EUA, 1927.
Do fim da década de 1940, início da de 1950 em diante, no cinema brasileiro as personagens negras eram representadas por mulheres negras, como quando Ruth de Souza, que ganhou projeção com o TEN, faz Júlia em “Falta Alguém no Manicômio” de 1948, e que ganharia prêmio internacional de melhor atriz do filme “Sinhá Moça” de 1955. Como quando Léa Garcia, atriz que surgiu aos 16 anos com o TEN, fez “Orfeu do Carnaval”, de 1959, premiado em Cannes. Como em ASSALTO AO TREM PAGADOR de 1962, quando Ruth de Souza trabalhou com outra atriz que entraria para a História, Chica Xavier, e no qual a atriz também negra Luiza Maranhão teve protagonismo após a morte de Tião Medonho, seu marido no filme.
Na TV, inaugurada em 1950 por Assis Chateaubriand, que esteve na liderança com sua TV TUPI até 1965, quando entra em cena a TV da família Marinho, a personagem negra era muito estigmatizada, e muitas vezes representada, como nas novelas baseadas em Jorge Amado, por atriz branca. Não era privilégio das mulheres, pois o protagonista negro da novela “A CABANA DO PAI TOMÁS” foi feito por um ator branco com a cara pintada de preto, novela da Globo concluída em 1970!
Em 1974, o teatrólogo e ativista Ubirajara Fidalgo criava o Teatro Profissional do Negro, TEPRON, com propósito semelhante ao do pioneiro TEN (então já extinto) de valorizar atores e atrizes negros, e desta vez também priorizar temas acerca da luta política de negros e negras por direitos iguais na sociedade. Após 1978 com a fundação do Movimento Negro, muitas mulheres foram por décadas convocadas para editar, roteirizar, fazer a produção. Em que momento, em que filme, surge a PRIMEIRA MULHER NEGRA BRASILEIRA DIRETORA DE CINEMA?
A importante ativista do movimento negro, Maria Beatriz do Nascimento, fez roteiro e narração do documentário de longa metragem “ÔRI”, filme de referência para a diáspora no Brasil, mas que foi dirigido pela branca Raquel Gerber em 1989.
Encontramos o curta-metragem “DENÚNCIA VAZIA”, de 1979, dirigido por uma mulher negra, já com experiência como roteirista e assistente de arte, a mesma cineasta do longa-metragem “AMOR MALDITO”, de 1984: Adélia Ferreira Sampaio. É considerada a pioneira, a PRIMEIRA MULHER NEGRA CINEASTA, Adelia Sampaio, ativista durante a ditadura militar.
Mais de 80 anos depois daquelas primeiras imagens do cinema brasileiro produzidas por um homem branco. Mais de 30 anos depois do primeiro filme dirigido por um homem negro. A vez da mulher negra comandar o show chegou.
Com a chamada “Retomada do Cinema Brasileiro”, no final do século XX, várias mulheres diretoras surgiram, mas não temos dados de mulheres assumidamente negras na direção. No último ano do século, surge Ana Danddara com seu curta-metragem “GURUFIM DA MANGUEIRA”, produzido em 2000. Dirigiria depois também “CINEMA DE PRETO” em 2004.
No século XXI, com a presença maior das mulheres nas universidades, e na última década com presença maior de negros e negras nas faculdades de cinema, surge uma geração de Mulheres Negras cineastas. A maioria dirigindo curtas. Uma nos cativou: a cineasta Edileuza Penha de Souza, Doutora em Educação pela UNB, que escreveu a palestra “Mulheres Negras no Cinema Brasileiro – estratégias de afeto, amor e identidade” em 2008 e dirigiu “MULHERES DE BARRO”, em 2015.
Falta muito. No mundo, ainda nos dias de hoje, pouco mais de 16% dos filmes são dirigidos por mulheres de todas as cores
A MOSTRA OLHOS NEGROS VII, em 2015, é dedicada às mulheres negras e seu protagonismo na cinema brasileiro. Homenageará a pioneira cineasta, Adelia Sampaio, e reverencia as três grandes atrizes do cinema brasileiro, Léa Garcia (em “Um Dia de Jerusa”), Ruth de Souza (em “Assalto ao Trem Pagador”, exibição na vinheta da Mostra, com ela e Luiza Maranhão) e Chica Xavier (em “Jurema”). Contará com outros filmes, da nova geração de mulheres negras brasileiras e cineastas, como a Viviane Ferreira de “UM DIA DE JERUSA”, filme que teve destaque no festival de Cannes, como a Yasmin Thayná do “KBELA”, filme de destaque nos festivais brasileiros, assim como a premiada Everlane Moraes de “CONFLITOS E ABISMOS”, que ganhou bolsa para estudar em Cuba.
Vejam todos os filmes na Programação Completa. Entretanto são apenas alguns filmes. A Mostra OLHOS NEGROS VII será mais um grande “PARABÉNS!” a todas as atrizes, técnicas e diretoras de cinema que venceram o RACISMO e o MACHISMO, e imprimiram seus talentos e suas personalidades em vários filmes do nosso país.
Forte Abraço,
Marcos Manhães Marins
Coordenador da Mostra desde 2007
Diretor do filme “Memórias da Chibata” e do Doc “Cem Anos Sem Chibata”.
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EVENTO
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